O objetivo do mapa dos esportes é promover a prática de esportes. Não importa se na esfera competitiva, como lazer ou como forma de resolver problemas de saúde.
Por isso, conversamos com o secretário adjunto de esportes, lazer e recreação da cidade de São Paulo, Luiz Sales. Ele é responsável por projetos de universalização do esporte e disseminação da prática esportiva.
O esporte de alto rendimento está envolvido diretamente com questões sociais. Os 5 melhores colocados no quadro geral de medalhas das Olimpíadas de Londres apresentam ótimos índices educacionais e econômicos. O Brasil fica abaixo destes países tanto no esporte quanto nestes quesitos sociais.
Por isso, o mapa dos esportes conversou com Rogério Sampaio, coordenador da gestão de esportes de alto rendimento do Centro Olímpico, para conhecer os projetos esportivos da cidade de São Paulo.
Luiz Sales
secr. adjunto de Esportes de São Paulo
Rogério Sampaio
coord. do alto rendimento de São Paulo
Entrevistas
Experiência de quem já conseguiu chegar lá, planejamento de quem está lá para melhorar o que temos hoje e especialistas para mostrarem como o esporte, desde a infância, é fundamental, mas precisa ser incentivado de um modo adequado. Veja, abaixo, as entrevistas que o Mapa dos Esportes fez para você, internauta.
pres. soc. sul-americana de psicologia esportiva
Prof. Benno Becker Jr.
pediatra do Hospital Samaritano
Dr. Gerson Matsas
Fabiana Beltrame
campeã mundial de remo
1-) Como conheceu o remo?
Quando morava em Florianópolis, costumava passear na beira mar, onde os atletas treinam e fiquei curiosa. Entrei com uma amiga no Clube Náutico Francisco Martinelli e me apaixonei pelo esporte.
2-) Por que resolveu praticar a modalidade?
Sempre gostei muito de esportes, mas não gostava de academia, então o remo me interessou por ser um esporte ao ar livre.
3-) Quanto ganha um atleta de remo, em média?
Depende muito do nível do atleta. Tem atletas de clubes que só competem Campeonatos Estaduais, que recebem uma bolsa que ajuda no transporte e alimentação e vai aumentando até o atleta de nível internacional, é difícil fazer uma média, varia muito.
4-) Qual o investimento do governo municipal, estadual, federal? Você ou a federação do seu estado está inserida em algum tipo de programa de incentivo?
Temos pouco investimento dos governantes. Atualmente a Confederação está com o patrocínio da Petrobrás, que nos ajuda bastante com as viagens de competição.
5-) Qual a maior dificuldade para a prática do esporte hoje no Brasil? (Estrutura, dinheiro, organização)
Acho que o principal problema é a organização, precisamos ter um planejamento de longo prazo, visando não só os Jogos Olímpicos de 2016, mas os de 2020, 2024, etc.
6-) A iniciativa privada ajuda os atletas? Quais empresas?
É muito difícil conseguir patrocínio, mesmo depois que consegui conquistar o título mundial, por ser um esporte pouco divulgado e conhecido.
7-) Por que o esporte não atrai tantos praticantes no país? (Custo, falta de informação, cultura)
Acho que falta um programa sério de captação de talentos, como acontece na Europa por exemplo. O nosso sistema não favorece o aparecimento de novos talentos. As vezes as pessoas nem chegam a conhecer o esporte, por que só os esportes básicos são ensinados e mostrados nas escolas.
8-) Você consegue levar sua vida só através do esporte?
Atualmente sim. Depois que me mudei para o Rio, onde os clubes investem nos atletas, consigo focar totalmente nos treinamentos.
9-) Qual a expectativa para o Brasil nesta modalidade em 2016?
Infelizmente são bem poucas. Tenho esperança de formar um barco forte, mas temos poucos remadores para formar uma equipe forte.
10-) Espera um aumento na procura após a Olimpíada? Isso aconteceu nas outras edições?
Normalmente nos países em que são sediados o Jogos, a procura costuma aumentar, principalmente quando o país apresenta um bom resultado. Na Inglaterra, a procura por escolas de remo, aumentou 30% depois dos Jogos.
11-) Um fenômeno, como foi o Guga no tênis, por exemplo, seria a solução total/parcial para o esporte ser visto pela sociedade/governo?
Com certeza ajudaria muito, mas não acho que seria a solução de todos os problemas. Temos que organizar a modalidade e deixá-la mais atraente para a mídia e os possíveis praticantes.